Ambiência
Processo Terapêutico
Saúde mental
Perceção dos profissionais
CADM

A ambiência assume um papel determinante nos contextos de intervenção em saúde mental, sendo capaz de potenciar a regulação emocional, a atenuação da ansiedade, a melhoria do humor e, consequentemente, favorecer o processo de recuperação dos utentes. Em contrapartida, uma ambiência disfuncional ou negligenciada poderá intensificar níveis de mal- estar, desconforto e stress, comprometendo o processo terapêutico. Neste enquadramento, a presente investigação, de natureza qualitativa, tem como principal objetivo analisar a perceção dos profissionais acerca do impacto da ambiência no processo terapêutico dos utentes do Centro de Acolhimento de Doentes Mentais de Vila Nova. A fundamentação teórica, ancorada numa revisão de literatura, permitiu aprofundar os principais constructos relacionados com a ambiência, saúde mental e os contributos do ambiente físico e relacional no âmbito da intervenção psicológica. Metodologicamente, recorreu-se à realização de entrevistas semiestruturadas aplicadas aos profissionais da instituição. A análise dos dados seguiu a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), utilizando uma categorização dirigida (dedutiva), com categorias definidas previamente com base no referencial teórico.
Este procedimento foi complementado por uma análise comparativa, possibilitando a identificação de semelhanças e divergências nas perceções dos participantes face às categorias estabelecidas. Os resultados obtidos evidenciam que os profissionais reconhecem que a ambiência, enquanto elemento constituinte do contexto terapêutico, exerce uma influência significativa sobre o bem-estar, a motivação, a adesão ao tratamento e a evolução clínica dos utentes. Este estudo reforça, assim, a relevância da valorização dos elementos que compõem a ambiência enquanto facilitadores essenciais no processo terapêutico, contribuindo para a promoção de intervenções mais eficazes no domínio da saúde mental.