Interações Medicamentosas
Polimedicação
Pacientes Críticos
Segurança do Paciente
Enfermagem

As interações medicamentosas (IMs) correspondem à alteração do efeito farmacológico de um ou mais fármacos quando administrados concomitantemente, podendo resultar na redução da eficácia terapêutica ou no aumento da toxicidade. Em Unidades de Cuidados Especiais (UCE), onde se prestam cuidados a pacientes em estado crítico, a complexidade dos esquemas terapêuticos associada às alterações fisiológicas desses indivíduos potencializa significativamente o risco de reações adversas graves. Diante desse cenário, torna-se imprescindível o papel do enfermeiro na monitorização constante, na identificação precoce de sinais clínicos sugestivos de interações medicamentosas e na implementação de estratégias seguras que visem à eficácia terapêutica e à promoção da segurança do paciente.
O estudo visa analisar a perceção dos enfermeiros da UCE do Hospital Dr. Baptista de Sousa (HBS) acerca das IMs e dos seus impactos na segurança e eficácia da terapêutica farmacológica em pacientes críticos polimedicados.
Foi realizado um estudo qualitativo de caráter descritivo, exploratório e fenomenológico, além disso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com seis enfermeiros atuantes na UCE, cujo dados foram coletados em maio de 2025 e subsequentemente submetidos à análise de conteúdo de Bardin para interpretação.
Os resultados demonstram que os enfermeiros da UCE do HBS possuem uma compreensão prática das IMs sendo capazes de reconhecer alterações nos efeitos dos fármacos e citar exemplos clínicos, como fenitoína, manitol e enoxaparina. Relataram efeitos adversos diversos, incluindo alterações nos sinais vitais, reações alérgicas, toxicidade e hemorragias, associando essas ocorrências ao agravamento clínico e prolongamento da hospitalização. No entanto, observou-se uma lacuna entre o conhecimento prático e a compreensão teórica dos mecanismos farmacológicos envolvidos. Tal constatação evidencia a importância da formação contínua em farmacologia clínica. Além disso, reforça-se a necessidade da implementação de protocolos baseados em evidências para otimizar a gestão terapêutica. Diante do desafio crescente das IMs em contextos de polimedicação, especialmente em unidades de cuidados críticos, torna-se fundamental fortalecer a capacitação profissional e adotar estratégias que assegurem a segurança do paciente.