Diabetes tipo 2
Adesão
Terapêutica
Enfermagem e autocuidado

O aumento da incidência e da prevalência de diabetes mellitus a nível mundial ameaça a saúde e a qualidade de vida de milhões de pessoas e representa um grande desafio aos serviços de saúde (Graue, Dunning, Hausken & Rokne, 2013). O tratamento da diabetes mellitus impõe a adoção de um estilo de vida mais saudável, bem como, alterações do comportamento. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a adesão ao regime terapêutico dos portadores da diabetes mellitus tipo 2. Para tal desenhamos um estudo descritivo-transversal de metodologia quantitativa.
O instrumento de colheita de dados utilizado foi um questionário (a escala (SDSCA) - “Atividades de Autocuidado com a Diabetes” e o (DKQ-24) -“Conhecimentos sobre a Diabetes). A recolha de dados decorreu nas consultas de diabéticos em dois centros de saúde de São Vicente entre junho e julho 2016. Para tratamento dos dados recorreu-se ao programa IBM-S.P.S.S. versão 21.
A amostra foi constituída por 45 participantes com a média de idade de 61,91 anos, sendo a maioria do sexo feminino (75,6%), tinham o ensino básico (40%). A população inativa era (77,8 %), solteiros (68,9%), residiam com o cônjuge (88,9 %). O tratamento instituído é em 27 participantes (60%) com antidiabéticos orais e 9 (20%) fazem insulina, 7 (15,6%) fazem terapêutica mista e 2 (4,4%) fazem tratamento não farmacológico. Verificou-se que a dimensão terapêutica farmacológica (“medicamentos”) é a componente do regime terapêutico com melhor nível de adesão 6,63 (±1,496) dias por semana, seguindo-se a “alimentação geral” com a média de adesão de 4,756 (2,037) dias por semana. Em terceiro lugar, surgem os “cuidados com os pés” com uma média de adesão de 4,609 (±2,47). A “atividade física” tem uma média de adesão 2,578 (±2,74) superior à “alimentação específica” (1,069 ±1,89). A “monitorização da glicémia capilar” é a componente com menor adesão, sendo a média de 0,611 (±1,57) dias da semana.
Relativamente à hipótese do estudo verificamos que a escolaridade interfere no autocuidado, nomeadamente na dimensão de medicação (p <0,01). Estes resultados evidenciam a necessidade de se continuar a estudar estratégias que abranjam o envolvimento do diabético e de pessoas significativas e rede de apoio social, promovendo a adesão ao regime terapêutico para obter ganhos em saúde.