Aleitamento materno
Conhecimento
Prática
Beneficios
Grávidas

A prática de aleitamento materno constitui uma das etapas mais importantes na vida da mulher e oferece benefícios tanto para a mãe como para a criança. Verificou-se pela literatura que as práticas de interrupção precoce do aleitamento materno nas crianças de Cabo Verde constituem um problema de saúde, que os profissionais de saúde devem reverter.
A pesquisa realizada tem como objetivo identificar os conhecimentos e as práticas sobre o aleitamento materno nas mulheres grávidas na segunda metade da gravidez, inscritas num centro de saúde de São Vicente. Para tal desenhou-se um estudo empírico descritivo, quantitativo e transversal, cuja amostra foi obtida por conveniência, sendo constituída por cinquenta (50) mulheres grávidas com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos, com mais de 20 semanas de gestação e que frequentavam a consulta de saúde materna no mês de julho de 2016.
Aplicou-se um questionário para avaliar as variáveis sociodemográficas, a importância do aleitamento materno e os conhecimentos das grávidas. Procedeu-se a análise estatística dos dados usando a versão 20 do programa SPSS. Verificou-se que (50%) são primigestas e (50%) são multíparas, a média de idade é 26 anos e têm em média 29 semanas de gestação. (56%) das grávidas são casadas e vivem em união de facto vivendo com o companheiro, que em (74%) dos casos é favorável a que a mulher amamente. Quanto à instrução (56%) tem o ensino secundário e (72%) preveem amamentar até aos 4 a 6 meses, porém (88%) considera que o leite materno é muito importante para o bebé. Verificou-se que não há diferença entre as grávidas primigestas e multíparas e as grávidas mais instruídas e com menor instrução relativamente aos mitos sobre o aleitamento materno. Há diferenças entre primigestas e multíparas quanto aos conhecimentos sobre o tempo de duração da mamada, a proteção que o leite materno confere à criança e à importância de mudar a alimentação durante a amamentação. O conhecimento sobre o período de aleitamento materno exclusivo difere nas grávidas mais instruídas das menos instruídas. Não há diferenças entre as grávidas primigestas e multíparas, face ao valor que atribuem ao aleitamento materno.
Considerando os resultados deste estudo, constatou-se que apesar de a maioria apresentarem conhecimentos sobre a importância do aleitamento materno para a criança é de salientar que percentagens significativas não atribuem importância aos benefícios que o aleitamento materno traz para a mãe. É necessário continuar a investir em ações educativas nos serviços de saúde, no que diz respeito à promoção do aleitamento materno exclusivo, desde a gestação até a fase de introdução de novos alimentos, para otimização da prática do aleitamento materno.