Gravidez na adolescência
Impacto da gravidez na adolescência
Enfermagem comunitária
Promoção de saúde

No mundo, estima-se que os adolescentes representam quase (20%) da população mundial, apresentando uma elevada taxa de natalidade, onde a ocorrência de gravidez na adolescência tem vindo a aumentar em vários países e Cabo Verde (CV) não é exceção. Existe neste grupo etário uma maior probabilidade de riscos de morte materna, violência, deficiência, e as violações dos direitos à educação, emprego e saúde reprodutiva (UNFPA, 2013). Com o objetivo de conhecer o impacto da gravidez na adolescência desenvolvemos um estudo exploratório-descritivo, de natureza qualitativa, cujo tema é ―O impacto da gravidez na adolescência: um estudo com adolescentes inscritas no Centro de Saúde Reprodutiva de Bela Vista‖ Os dados foram coletados através de um guião de entrevista semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas, realizada a 11 adolescentes grávidas. Foram também utilizados os dados obtidos no Centro de Saúde (CS), para uma maior compreensão deste tema. Dos resultados do estudo empírico, destacaram-se os seguintes: a gravidez na adolescência foi um fator que transformou a vida das adolescentes, a nível individual, familiar, emocional/psicológico e social. As participantes conheciam pelo menos dois métodos contracetivos, mas isto não as impediu de engravidarem, tendo sido justificado por estas, entre outras razões pela ̳irresponsabilidade‘ no uso de métodos contracetivos, o desejo de serem mães, o ambiente familiar desagradável e a insistência dos namorados/parceiros. A maioria das participantes tinham baixo nível de escolaridade e socioeconómico, com história familiar de gravidez na adolescência. A notícia da gravidez teve um grande impacto, principalmente a nível individual e familiar, manifestando-se por sentimentos de desespero, depressão e suicídio, pesar pelo abandono escolar e preocupação em ser mãe precoce. A nível familiar, entre outros fatores desencadeou conflitos e despesas acrescidas. Os resultados sugerem que o aumento desta situação aumente devido a fatores como condições socioeconómicas adversas, modelos familiares e o próprio contexto sociocultural, pelo que se deve apostar numa intervenção em saúde de natureza preventiva, particularmente de enfermagem comunitária, não só a nível individual mas também familiar e social.