Cancro
Utente oncológico
Cuidador informal
Fase terminal
Enfermagem
Cuidados paliativos

O cancro é atualmente uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível mundial e nacional. Dados do Ministério da Saúde de Cabo Verde de 2010 a 2015, apontam os tumores malignos como a segunda causa de óbitos no país, sendo que (26.28%) desses casos ocorreram na ilha de São Vicente. Os dados apontam para o aumento do número de utentes inscritos e seguidos no serviço de oncologia do Hospital Baptista de Sousa (HBS), tendo sido inscritos 133 utentes nos últimos três anos.
De referir que no ano de 2015 o país procedeu a 205 evacuações de utentes oncológicos para o exterior. Face a esta problemática entendeu-se ser pertinente desenvolver este estudo investigativo com o objetivo geral de descrever as vivências e sentimentos do cuidador informal do utente oncológico inscrito no serviço de oncologia do HBS. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, exploratório com uma abordagem fenomenológica.
Para isso, se recorreu a entrevista semiestruturada como método de recolha de informação tendo sido entrevistados cinco (5) cuidadores informais que correspondiam aos critérios de seleção e que aceitaram responder livremente as questões do guião de entrevistas. Da análise das informações recolhidas, conclui-se que as vivências e sentimentos dos cuidadores informais face a situação de doença oncológica incluem o medo da perda, a tristeza, a confusão, o cansaço ou mesmo a surpresa. No âmbito da vivência diária com o utente oncológico, os cuidadores informais passam por momentos de muito stress, desassossego e desespero por conta do envolvimento afetivo com o utente, acarretando mudanças na sua vida, ao nível da saúde, emprego e sobrecarga financeira.
Assim, e apesar da atualidade do tema em estudo, verifica-se que na realidade cabo-verdiana há falta de informação por parte dos cuidadores informais e ainda que as equipas de enfermagem não estão devidamente capacitadas para a prestação de cuidados paliativos.