Esquizofrenia
família
continuidade dos cuidados
redes de apoio
pessoa portadora de doença mental

A esquizofrenia vem afetando milhões de pessoas em todo mundo e Cabo Verde não é exceção, pois trata-se de um problema de saúde pública que aumenta a sua incidência diariamente, tendo em conta que é uma doença mental grave que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e age. A esquizofrenia aflige não só a pessoa doente, também toda a família a sua volta, visto que ela possui um papel central na vida e no tratamento da pessoa portadora de esquizofrenia. É neste sentido que surge o presente estudo, cujo objetivo propõe-se a descrever a perceção das famílias dos portadores de esquizofrenia inscritos no Centro de Terapia Ocupacional sobre a continuidade dos cuidados no domicilio. Trata-se de um estudo de natureza fenomenológico, qualitativo, exploratório e descritivo realizada no Centro de Terapia Ocupacional (CTO) em Bela Vista. Neste estudo participaram nove (9) famílias que dedicam os cuidados ao membro portador de esquizofrenia. Os dados foram recolhidos através de entrevista semiestruturada e analisadas segundo a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2002). Os resultados apontam que a família possui algum conhecimento de como cuidar de um portador de esquizofrenia, porém falta ainda informações mais aprofundadas sobre o que é esquizofrenia, seus sintomas, os medicamentos e seus efeitos adversos. Para as famílias a continuidade dos cuidados se resume apenas em oferecer medicamentos, alimentação, vestuário e proporcionar a higiene pessoal. Através dos resultados percebe-se que ainda existem familiares com muitas dificuldades em cuidar do portador de esquizofrenia, devido a recusa da medicação e da falta de informações adequadas, entretanto fazem-no da melhor maneira que conseguem, oferecendo apoio e suporte. A nível de estratégias muitos familiares trituram a medicação e dão escondido em sumos, chás ou café quando há recusa por parte do familiar doente, entretanto existem aqueles que não possuem estratégias. Não obstante as dificuldades sentidas pelas famílias constata-se a importância que o CTO possui nas suas vidas para a melhoria da qualidade de vida das famílias e dos portadores de esquizofrenia, bem como na continuidade dos cuidados no domicilio. A família é a principal responsável por fornecer cuidados básicos como alimentação, vestuário, medicação, higiene pessoal, entre outros.