saúde da visão
conhecimento empírico
idosos
crenças

O processo de envelhecimento varia nas pessoas, sendo influenciado tanto pelo estilo de vida quanto por fatores genéticos, sendo que durante o envelhecimento ocorre uma diminuição da capacidade funcional do indivíduo. Tendo em consideração o tema deste estudo, que centra-se nas crenças em saúde da visão, o conhecimento empírico ou só senso comum, é um dos pontos a ser tratado, uma vez que no cotidiano nos apresentam como sendo um conjunto de conhecimentos que são passados de geração em geração. Este designa-se como sendo um conhecimento do povo, obtido por sorte ou causalidade, baseado na experiência sem uma organização ou procedimento. Desse tipo de conhecimento surgem muitas formas de ser e estar próprio de cada população e estes são apresentadas sob a forma de crenças. Assim sendo, sentiu-se a necessidade de desenvolver este estudo com objetivo geral, analisar as crenças na saúde da visão percebidas e praticadas pelos idosos da ilha de Santo Antão, concelho da Ribeira Grande. Trata-se de uma investigação exploratória, descritiva, transversal e fenomenológica qualitativa em que recorreu-se a entrevista semiestruturada a recolha de informações, onde fez-se entrevistas a oito idosos de Santo Antão. Os resultados do estudo apontam que as crenças de saúde da visão existentes relacionam-se sobretudo com o tratamento tradicional de algumas queixas oculares. As pessoas recorriam a estes tratamentos tradicionais devido o não conhecimento da existência dos profissionais da saúde da visão, por residirem em lugares distantes da cidade ou de um posto de saúde, o tempo de espera para uma consulta, as condições financeiras não existentes para pagarem consultas e tratamentos, o deslocamento de uma ilha para outra para fazerem consultas, o facto das crenças serem patrimónios que deveriam ser preservadas, passando de geração em geração, e por estarem num lugar onde a uma certa facilidade no acesso as plantas. Os tratamentos incluíam plantas como o balso, semente de manjerona, babosa, tabaco e pluto. Além dessas plantas utilizavam ainda aguardente (grogue) e leite materno de mulheres negras. A maioria demonstra não ter conhecimentos relativamente a existência dos profissionais de saúde da visão, mas mostraram ter uma ligeira ideia do que a visão significa para estes e que importância este tem em suas vidas.